6 de abril de 2015

runner




Cheguei à conclusão de que sou uma fugitiva. Eu fujo das pessoas, fujo das sensações e fecho-me demasiado impossibilitando as pessoas de me conhecerem verdadeiramente. Foi o que aconteceu toda a minha vida, e é assim que eu sou. Sou uma pessoa demasiado complicada, por isso não censuro as pessoas que me deixam. Eu não sou capaz de fazer uma demonstração de carinho, de ser romântica (pelo menos. não em publico), e as pessoas cansam-se disso, chegam até a duvidar daquilo que eu sinto. Tenho pena, mas não peço desculpa por ser assim, se há coisa que aprendi é que pedir desculpa por sermos nós próprios nunca ajuda em nada, e acabamos por negar a nossa própria essência. Eu não quero isso.

5 de abril de 2015

Em rascunho




O que nos aconteceu ? Eu sei que não estavas à espera desta mensagem, muito menos que fosse eu a envia-la, e para ser sincera, nem eu estaria à espera de o fazer. Não estou a dizer isto para me fazer de coitadinha, ou para tirar o peso da consciência, ou por, seja em quem for. Apenas não consigo compreender o que aconteceu connosco. Hoje estive a arrumar as coisas que tu me deste, perguntando-me o que fazer com elas. A verdade é que elas ainda estão todas elas cheias de sentimento, e eu não me quero desfazer delas por esse motivo. Pelo mesmo motivo que me faz não as querer voltar a ver. Eu amava-te. Quer dizer, acho que ainda amo. Quando tu amas alguém, mesmo que esse alguém te deixe o coração esmigalhado, és incapaz de deixar de amar. Porque o amor é isso, tudo menos racional, e a verdade é que ninguém sabe nada sobre ele, por mais que o tenha vivido. Porque todo o amor é diferente. É como uma impressão digital, é unico.
Se há coisa que me define, é que eu tento sempre ver o melhor das pessoas, mesmo que não o pareça. Tento sempre arranjar um motivo para aquilo que elas fazem, de bom ou de mau. Foi isso que tentei fazer connosco, tentei arranjar alguma coisa que justifica-se o que aconteceu. Mas não consegui. Não consigo compreender metade das coisas que nos aconteceram, e isso mexe severamente com a minha cabeça. Talvez porque eu nunca te tenha compreendido verdadeiramente. Ou então porque não havia uma compreensão possível. Eu não sei. Mas o que eu sei, é que eu preciso, desesperadamente de atar as pontas soltas, para ser capaz de seguir em frente e reconstruir o meu coração. Talvez por isso esteja a escrever isto agora, quase meio ano depois. 
Não sei até que ponto estar a fazer isto é bom para mim. E mesmo para ti também não me parece que o seja, mas eu não consigo ficar de bem comigo a saber que não fiz tudo o que pude para compreender ambos os lados, entendes ? Oh, eu sei que não. Tu nunca entendeste e talvez por isso não tenhamos dado certo. Porque tu nunca entendeste, e eu nunca to disse, para não te magoar. Por isso peço-te que me entendas agora, e nem precisas de responder, se não quiseres. Agora já não há obrigação de nada, porque já ninguém espera nada de ninguém. E só nos desiludimos com alguém, quando esperamos algo. Assim, liberto já a tua consciência, e, se ainda estiveres a ler, espero que saibas que não guardo rancor do que quer que seja. A verdade é que eu vivia num mundo onde quem gosta faz de tudo para ficar junto. Se calhar as coisas não funcionam assim. Mas também não me perguntes como funcionam porque eu não sei. Eu sempre dei tudo de mim às pessoas, assim como fiz contigo, para saberes daquilo que estavas à espera. Dei-te o pior de mim. O melhor tinha que vir aos poucos, porque eu também não me dou assim tão facilmente, e se alguém quer alguma coisa tem de a merecer. Talvez tu merecesses mais um bocadinho de mim que eu não tenha sido capaz de dar. Desculpa por isso.
Embora o que quer que tenha sido o que nós tivemos, não tenha sido totalmente arrebatador, foi capaz de me encher o coração e me por a respirar um novo ar. Termino assim, com o peito cheio, e o coração feito em papa.
O que nos aconteceu ?
Embora o que quer que tenha sido o que nós tivemos, não tenha sido totalmente arrebatador, foi capaz de me encher o coração e me por a respirar um novo ar. Termino assim, com o peito cheio, e o coração feito em papa. O que nos aconteceu ?